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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Barcelona em desvantagem para a segunda volta


O melhor ataque foi a defesa. Chelsea com vantagem importante para o jogo do Camp Nou

Se a melhor defesa é o ataque, o melhor ataque também pode ser a defesa. Foi isso que o Chelsea quis provar frente ao Barcelona e conseguiu-o depois de passar, praticamente, os 90 minutos a ver a bola. Mas não é quase sempre assim? Vitória preciosa da equipa inglesa, por 1-0, apimentando o jogo da segunda mão, em Camp Nou, que promete ser escaldante. 

Di Matteo conseguiu mentalizar a equipa para um jogo de sacrifício e a verdade é que as alterações que introduziu na identidade do Chelsea estão à vista. Ao contrário da equipa de André Villas-Boas, esta não se incomoda de não ter bola. Não procura mandar, ditar os ritmos ou construir. A regra é outra.

É certo que contra o Barcelona todas as equipas se habilitam a passar todo o tempo a «cheirar» a bola. Mas o Chelsea não se importou com o papel de elemento submisso e foi tentando o contra-ataque que fizesse a diferença. Di Matteo, no fundo, não inventou nada de novo. Estratégia vista e revista. A diferença é que com o Chelsea resultou. Entre todos os ingredientes, a sorte também terá o seu peso. No futebol é sempre assim. Sempre será, aliás. 

Parte da explicação para o sucesso está muito num avançado de 34 anos, que pode não ser tão mortífero como em tempos idos, mas continua com pulmão e cabeça para fazer estragos. Drogba era o farol dos poucos raides ofensivos do Chelsea. Incansável no trabalho, inteligente nas movimentações, letal quando teve oportunidade. 

Com toda a gente a pensar no descanso, Ramires aproveitou uma perda de bola no meio campo do Barcelona e abusou da sua especialidade. Correu, correu, correu pela esquerda. Depois entregou ao marfinense. Golo mesmo às portas do intervalo.

Para trás tinham ficado 45 minutos de intenso domínio «culé». Alexis havia atirado à trave, Cech parou um remate venenoso de Iniesta e um cabeceamento de Messi. Fabregas, em excelente posição, rematou incompreensivelmente mal.

E o segundo tempo, claro está, foi mais do mesmo. O Barcelona com o futebol tricotado, de passe curto, que é a sua imagem de marca, e o Chelsea a defender. Quatro defesas, uma linha de cinco homens a meio e Drogba na frente. 

A disciplina tática e o espírito de sacrifício voltaram a mostrar ser as principais armas para contrariar o futebol da equipa de Guardiola. E depois dá jeito um bom guarda-redes. Cech evitou, com uma defesa fantástica, que Puyol fizesse o empate na reta final, já depois de Alexis ter atirado ao lado quando falhar parecia o mais difícil. 

Pela cabeça de muitos passou, certamente, o filme de 2009, quando Iniesta empatou o jogo e apurou o Barcelona no último suspiro. E esteve quase a repetir-se! Valeu o poste a evitar que Pedro fizesse o empate na última jogada. Estava escrito. 

O Chelsea entra em Camp Nou com uma vantagem que poucos previam. Não só venceu como não sofreu golos. A bola está do lado do Barcelona. Como sempre esteve durante o jogo. Ao segundo assalto não haverá qualquer perdão para tamanha falta de eficácia. 

Ficha de Jogo:

Árbitro: Felix Brych (ALE)

Chelsea: Cech; Ivanovic, Gary Cahill, John Terry e Ashley Cole; Lampard, Mikel, Ramires (Bosingwa, 87) e Raul Meireles; Mata (Kalou, 74) e Drogba

Treinador: Roberto Di Matteo

Barcelona: Valdés; Dani Alves, Puyol, Mascherano e Adriano; Busquets, Xavi (Cuenca, 86) e Iniesta; Fabregas (Thiago, 78), Messi e Alexis Sanchez (Pedro Rodríguez, 66)

Treinador: Pep Guardiola

Golos: Drogba, 45

Disciplina: Amarelo para Ramires, 69; Pedro, 71; Busquets, 76 e Drogba, 85

Ao intervalo: 1-0

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