Primeira parte
Apertado com a vitória do FC Porto desta sexta-feira, o Benfica
entrou em campo com a obrigação natural de vencer o jogo diante do
Belenenses para não deixar fugir mais o líder do campeonato.
A equipa incorporou bem esse espírito e essa necessidade e atirou-se
para a frente em busca do objetivo primordial do futebol: o golo. Os
primeiros minutos foram um sufoco, e o Belenenses, a precisar de
oxigénio, lá se ia defendendo aos soluços.
Com o desenrolar da partida nestes moldes foi com naturalidade que o
Benfica e Cardozo chegaram ao golo. O paraguaio, que se havia encontrado
com a sua veia goleadora na última partida, fez uso da sua estatura
para chegar onde os centrais do Belenenses não chegariam e marcou de
cabeça aquele que foi o primeiro golo do jogo. Teve direito e tudo a
dedicatória especial com o paraguaio a apontar para a tribuna
presidencial onde Luís Filipe Vieira assistia ao seu jogo 500 dos
encarnados, desde que assumiu o cargo.
Mas se falamos só do Benfica nos primeiros minutos, o Belenenses fez
por merecer as próximas linhas. Naquele que foi o primeiro jogo sem
Mitchell Van der Gaag no banco, os jogadores do Restelo de certeza que o
traziam no coração e na cabeça as suas ideias dada a pronta resposta
que apresentaram em campo.
Pé ante pé foram subindo no terreno, perante o olhar despreocupado
dos encarnados, e acabaram mesmo por chegar ao golo. Sturgeon deu o
primeiro aviso e pouco depois Diakité aparecia na área a marcar de
cabeça o golo do empate. O lance acabou por estar envolto em polémico
visto que Freddy, em posição irregular, acaba por dificultar a ação do
guarda-redes Artur.
Regressou tudo à forma inicial. O Benfica viu-se na necessidade de
acelerar o encontro fazendo valer a sua maior capacidade técnica, porém
até ao intervalo não surgiram mais golos.
Segunda parte
Com o génio do Benfica sem ideias, o treinador Jorge Jesus não teve
dúvidas em tirar Markovic e fazer entrar o recém-regressado de lesão
Gaitán.
A precisar de voltar à vantagem, o Benfica construiu nos segundos 45
minutos uma estrada de apenas um sentido. Eram 10 jogadores encarnados
sempre a correrem em direção à área do Belenenses, mas o futebol não é
atletismo e faltou sempre objetividade à equipa de Jorge Jesus. Mérito
para o adversário que, consciente dos seus defeitos e virtudes, fazia da
garra o seu ponto forte e teimava em manter o empate.
O relógio andava, o marcador não mudava e Jorge Jesus com a paciência
a esgotar-se com o que via apostou em Sulejmani e Rodrigo para que
fossem eles a mudar que os seus colegas não tinham conseguido.
A pressão adensou-se, o jogo só se desenrolava na área do Belenenses,
mas nada nem ninguém foi capaz desfazer o empate a um golo que tinha
sido construído na primeira parte.
Com este resultado, o Benfica passa a somar 11 pontos e fica a cinco
do líder do FC Porto. Já o Belenenses conta com quatro pontos e iguala
Paços de Ferreira e V. Setúbal.
in sapo.pt