Nível altíssimo, futebol luminoso, estilo Renascentista. Nada mais justo do que o empate para Itália e Croácia, duas seleções com prazer pelo futebol de ambição e conquista.
Este Grupo C, que ainda inclui Espanha e Irlanda, tem tudo para ser decidido em pormenores. Os golos marcados à seleção de Giovanni Trapattoni podem fazer toda a diferença.Perdoem-nos o cliché, mas este foi um jogo de duas partes radicalmente distintas. Na primeira, o arquiteto Pirlo assumiu a condução da partida, engendrou linhas de passes perfeitas e abriu o marcador na transformação perfeita de um livre direto.
Numa defesa de três homens (Bonucci, De Rossi e Chielini), a Itália optou por povoar o meio-campo e desmembrar a partir dessa zona do terreno a filosofia romântica dos croatas.
Luka Modric não teve bola, Rakitic foi isolado por segurança, Mandzukic e Jelavic não apareceram uma única vez.
FICHA DE JOGO E NOTAS
Balotelli e Marchisio tiveram o golo nos pés, Stipe Pletikosa fez duas defesas milagrosas e a diferença mínima permitia manter a Croácia dentro da discussão do jogo. Assim foi.
A segunda parte extremamente conseguida dos balcânicos, numa atitude de rock n¿roll tanto ao gosto de Slaven Bilic, rendeu justos encómios e proveitos assinaláveis.
Nos últimos 15 minutos, aliás, já depois do poderoso Mandzukic ter aproveitado um lapso de Chielini para empatar, a Croácia até esteve muito mais perto de chegar ao triunfo.
A Figura e a Revelação: Pirlo e Modric
O ascendente mudou de lado, a perfídia vestiu-se de croata, Cassano e companhia desapareceram por completo do jogo. O experiente Antonio Di Natale não foi capaz de dar à equipa o que dera diante da Espanha e a última imagem, a que perdura, é a de uma Itália em sofrimento e a de uma Croácia sorridente e disposta a mais minutos de competição.
Se a Espanha derrotar a Rep. Irlanda, como é sua obrigação, a última jornada será explosiva. Os croatas precisarão, pelo menos, de um empate contra a La Furia Roja e a squadra azzurra tem de fazer muitos golos à seleção do velho Trap.
Nota de rodapé: a qualidade futebolística mantém-se muito alta. Há futebol do bom na Polónia e na Ucrânia.
in Mais Futebol
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