Dragões: Goleada em Guimarães
O Porto de Vítor Pereira entrou na nova época como tinha acabado anterior: a marcar. Confundir o presente com o passado foi
o melhor que podia fazer!
Há quem diga que a pior coisa que se pode ter no presente é um passado
feliz: depois da felicidade vem sempre algo pior.
O melhor, portanto, é não ter um passado feliz.
Ou não fazê-lo acabar. O F.C. Porto, este F.C. Porto, é claramente uma
equipa
de continuidade. A felicidade para ela é uma
linha sem quebras.
Assenta nos mesmos princípios, na mesma
intensidade,
no mesmo pressing ofensivo, na mesma capacidade
de romper pelas alas. De cabeça limpa e virada para o ataque, constrói
um
futebol positivo, cheio de oportunidades de golo
e emoção em cada arranque de Hulk. Enfim, sabe ser feliz.
Veja a ficha de jogo e as notas dos jogadores
Como
se não tivesse uma história alegre por trás,
confunde o passado com presente e entra nesta época como tinha entrado
na anterior:
a marcar. Rolando, outra vez ele, fez o primeiro
golo aos três minutos, como tinha feito no ano passado. Na altura criou
ansiedade
no Benfica, agora matou dúvidas.
As
circunstâncias mudaram muito, é verdade, o F.C. Porto era esta noite
favorito
óbvio, contra a desconfiança da última época.
Mas isso são coisas da nossa cabeça. No espírito da equipa a clareza de
ideias
e a força da vontade eram as mesmas. Talvez por
isso o Vitória só ameaçou muito tarde.
Fucile: «Rolando é o melhor central que vi na vida»
A
primeira, essa, foi pintada de azul.
Mesmo sem Falcao, Guarín, Álvaro Pereira ou
James, jogadores fundamentais, é certo, o F.C. Porto integrou bem
jogadores como
Souza, um dos melhores em campo, confirmou que
os inícios de época são as melhores fases de Hulk e fez por merecer o
triunfo.
Entrou
no jogo a marcar um golaço, cheio de arte e
talento, que começou num toque de calcanhar de Moutinho, continuou no
centro de
letra de Hulk e acabou no cabeceamento de
Rolando. Um golo perfeito. Pelo meio é verdade que o V. Guimarães
empatou, mas foi
uma igualdade que durou oito minutos.
Rolando,
outra vez ele, que assumiu esta noite um papel de figura do jogo,
tratou de restabelecer as distâncias e afastar o
espectro de uma surpresa. Desta vez com o pé, mas ainda ao segundo
poste
e solto de marcação, fez o segundo pouco antes
do intervalo e garantiu um regresso tranquilo dos balneários.
Vítor
Pereira: «Difícil é gerir maus jogadores»
A
tranquilidade só haveria de ser colocada em causa no quarto de
hora final e já depois do F.C. Porto falhar uma
mão-cheia de oportunidades. Pelo meio Pedro Proença deixou passar
incólume
pelo menos um penalty sobre Hulk: embora haja
mais dois lances na área vimaranense passíveis de discussão.
Ora
com
tudo isto, e como é natural, o V. Guimarães
encheu-se de coragem e ameaçou o empate em duas ou três ocasiões. Foram
só ameaças,
porém: a justiça prevaleceu e o F.C. Porto
ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira. Vítor Pereira começa esta época
como Villas-Boas
tinha começado a anterior.
Para ele é um
excelente sinal. Até porque a tarefa que tem é mais complicada que a de
Villas-Boas: um passado feliz pode muitas vezes
hipotecar-nos o futuro, lembram-se? Villas-Boas tinha todo um horizonte
de
possibilidades de fazer melhor à frente. Vítor
Pereira não. Bem pelo contrário.
Começou por fazer igual e essa é
uma grande vitória.
in Mais Futebol
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