Sp. Braga vence Udinese e faz história
Ruben Micael virou o jogo, a eliminatória e Maicosuel brincou com os milhões.
Uma partida tremenda, numa montanha russa de emoções de futebol no
Friuli, em Itália, onde o Sp. Braga acabou por garantir
a qualificação para a fase de grupos da Liga dos
Campeões. A brincadeira de Maicosuel, nos penalties, custou mais de 8
milhões
de euros à Udinese, mas lançou a formação
portuguesa para mais uma brilhante epopeia europeia. Depois de Sevilha,
há Udine,
depois de Mateus e Lima, há Ruben Micael, o
homem que mudou o jogo e a eliminatória a favor dos minhotos. Portugal
volta a
ter três equipas na Liga dos Campeões!
Os
minhotos pisaram o relvado em desvantagem, trazida de Braga por esse
golo
de Dusan Basta. Ainda assim, o ascendente
inicial foi todo para a equipa de Peseiro. E refira-se o nome do
treinador porque
o Sp. Braga apresentou-se com posse de bola,
circulação, como o técnico prometera fazer, quando chegou ao Minho.
Essa
capacidade minhota em ter a bola levou o Sp.
Braga para junto da área italiana. Era preciso recuperar o que se
perdera em
casa e logo aos 9 minutos Lima estava na cara de
Brkic, isolado por um passe mágico de Mossoró. Brkic aparecu pela
primeira
vez na noite e evitou o golo bracarense. Uma
imagem que ia ser constante durante todo o encontro.
O
desperdício de
Lima teve consequências. Com italianos, o preço a
pagar por aquele minuto 9 foi previsível. Dusan Basta invadiu a área de
Beto, quando havia domínio minhoto, deu um
pontapé para trás das costas e, ao fundo, ao segundo poste, Armero fez o
1-0, de
cabeça. Havia 25 minutos e até final do primeiro
tempo nunca mais se viu as cores minhotas por cima do encontro.
Era
preciso tombar o gigante
Era preciso
reanimar a equipa. Dar-lhe fôlego, não deixá-la ficar ligada à máquina,
porque um golo no Friuli deixava tudo igual.
Peseiro tirou Ruben Amorim e lançou Micael. E o segundo tempo foi
encarnado e
branco, com o madeirense a ficar debaixo de
todos os holofotes do Friuli.
O segundo tempo foi soberbo! Braga
ao ataque,
Braga com a bola. Bola para a esquerda, bola
para a direita, italianos a correrem atrás dela. E Salino atirou à
entrada da
área, para fora; seguiu-se um pontapé de Viana,
que Brkic defendeu de forma impressionante; outro de Viana para fora...
Até
que surgiu Armero na cara de Beto! O colombiano
teve tudo para marcar, mas deu um valente pontapé na relva e a Udinese
acabou
ali, ao minuto 58. Num tropeço. Bom, não acabou
verdadeiramente, porque o golo minhoto só surgiu aos 71 minutos. Pelo
meio,
Brkic! Sempre ele. Tentou muita gente: Alan,
Ismaily, outra vez Viana. O sérvio era um gigante na baliza.
Mas
os
gigantes também caem. Mossoró rompeu pela área,
foi tocado, decidiu continuar a jogar e atirou. Brkic defendeu, mas a
insistência
de Mossoró derrotou o sérvio. Bola na área e
Micael a aparecer para um cabeceamento de glória, a empatar a
eliminatória! Por
fim!
A Udinese acordou do choque, mas
nem por isso assustou, até final dos 90. O Braga foi sempre mais equipa e
nem se importou com a possível tradição
transalpina. Viana, Custódio, Micael e Mossoró deram a importância de um
encolher
de ombros a esse cinismo italiano e continuaram a
levar jogo até à área de Brkic, para lá do tempo regulamentar.
O
prolongamento teve uma grande ocasião, que foi
minhota. Lima não chegou a um passe de Micael e Beto afastou com um
tremendo
chuto o perigo maior causado pelos italianos.
Sem golos, vinham os penalties.
Hvaia fé em Beto, habituado a
decidir
estas questões. Mas houve um brasileiro que
tentou uma brincadeira que custou milhões à Udinese e deu o ouro a Ruben
Micael.
Beto sorriu com o «Panenka» de Maicosuel, que só
teve de segurar com um sorriso, como quem segura ao colo um bebé.
Depois,
a decisão foi para Micael. No último pontapé, no
último sopro, o madeirense que tiha saído do banco atirou o Sp. Braga
para
junto das principais equipas da Europa. E é lá
que merece estar, porque pelo menos em alma é tão grande quanto elas.
Que ninguém
duvide.
in Mais Futebol
Parabéns Sp. Braga
Sem comentários:
Enviar um comentário