James Rodríguez mostrou o
seu talento no Dragão a jogar como número dez numa equipa que actuou sem
muitas das suas habituais referências. Mas o colombiano facilitou e o
FC Porto não teve dificuldades em golear o Beira-Mar demasiado passivo.
James fez o apoio ao ponta-de-lança, ajudou no meio campo João Moutinho,
que também realizou uma boa exibição, fez duas assistências e marcou um
golo. Os adeptos do FC Porto, viram o jovem mostrar que tem uma vocação
surpreendente para jogar no meio. E fechou a exibição com um golo.
Rui Rego
ainda tentou complicar. O guarda-redes de Aveiro teve um início de jogo
excelente e foi retardando o inevitável. Começou logo no primeiro minuto
ao evitar um golo a Maicon que aproveitou uma bola parada de James.
Depois defendeu para a frente um cabeceamento de Mangala e a recarga de
Maicon. São momentos que poderiam ter feito a diferença. Não fizeram.
Perante um FC Porto que não contou com Lucho (por motivos pessoais) e
colocou James a fazer o papel do argentino, com Atsu e Varela nas alas e
no eixo o colombiano Jackson Martínez. E foi a estrela numa partida em
que Vítor Pereira voltou a deixar de fora Rolando, um homem que parece
definitivamente fora dos planos do técnico. Sorte de Mangala que ganhou a
titularidade no eixo da defesa.
A exibição de Rui Rego teve o
condão de travar a entrada fulgurante portista e permitir aos
forasteiros segurar a bola e aproveitar Nildo e Balboa para tentar
incomodar Helton.
Mas o FC Porto contou, porém, com um jogador em
alta: James. O colombiano conseguiu apoiar o ataque e ajudar Defour e
João Moutinho. O resultado foi acabar com um Beira-Mar que começava a
levantar a cabeça. Deu tranquilidade à equipa. Pensou o jogo, ajudando
Defour e João Moutinho que sentiam grandes dificuldades na primeira
construção de jogo. Compensou o mau momento de Atsu que ainda parece
procurar confiança. E ofereceu a possibilidade de Jackson Martínez
marcar um grande golo quando estavam decorridos 33’. O jovem serviu na
perfeição o compatriota, e o homem que custou milhões recebeu e tirou
remate de bicicleta. A bola saiu cruzada e não deu hipóteses ao homem
que ia alimentando as esperanças de Ulisses Morais manter o nulo. Um
grande golo que voltou a dar alguma cor a uma equipa que está longe de
ser brilhante e não consegue disfarçar as ausências e o sincronismo que
Fernando e Lucho lhe oferecem.
Aquele momento, contudo, voltou a
dar alguma cor ao futebol dos homens da casa. Mas o jovem colombiano foi
mais longe. E, aos 39’, assistiu de cabeça, na área, Varela que rematou
de pé direito por entre as pernas de Rui Rego. Em pouco tempo ficou
praticamente tudo resolvido para um FC Porto que mexeu muito na equipa e
onde Danilo voltou a recuperar o lugar de Miguel Lopes como lateral
direito.
A estratégia defensiva do Beira-Mar caiu por terra.
Ulisses Morais colocou na segunda parte uma referência na área, com
Camará por troca com o médio Colett. Mas James não lhe deu tempo para
ver a bondade da substituição. O jovem, que os portistas descobriram em
2009 no Banfield, aos 46’, recebeu um passe de Varela e James rematou de
pé direito junto ao poste. Os homens de Aveiro, que até trocam bem a
bola a meio-campo pouco mais faziam do que marcar presença e os centrais
e os médios defensivos não revelaram a agressividade que se pede a uma
equipa num desafio desta dimensão.
O que restava do jogo serviu
para Vítor Pereira ir gerindo a equipa que veio de um jogo a meio da
semana e tem pela frente um ciclo complicado. Entrou Castro e saiu Atsu.
Pouco depois fez sair Varela e entrar Iturbe, muito aplaudido pelos
adeptos. Um talentoso jogador de 19 anos, mas que necessita de
confiança.
Antes do fim o quarto golo, num lance de bola parada,
um tipo de jogadas em que os campeões nacionais começam a ganhar um peso
muito forte: Moutinho (72’) marcou um canto na esquerda e Maicon
cabeceou para o quarto golo. Tudo resolvido. Tudo Fácil. Perante um
Beira-Mar que precisa de muito trabalho para conseguir a manutenção.
POSITIVO
James Rodríguez
Sem
Lucho no meio-campo, o treinador do FC Porto apostou em James Rodríguez
no apoio ao ponta-de-lança. O resultado foi espectacular. Fez duas
assistências, marcou um golo e soube pensar o jogo. Não se podia pedir
mais.
João Moutinho
Um jogo sem mácula do médio, apesar
das dificuldades de não ter Fernando ao seu lado. Defour não é a mesma
coisa. O português foi sempre um dos homens que marcou o jogo.
NEGATIVO
Beira-Mar
É
uma equipa demasiado macia. Na primeira parte ainda teve algumas
iniciativas, mas apagou-se por completo depois do primeiro golo.
Desapareceu e permitiu aos portistas fazer da segunda metade a gestão da
equipa. Ulisses Morais precisa de muito trabalho para conseguir
construir uma equipa verdadeiramente competitiva.
in O Público
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