Sporting com vitória tremida
Afinal o leão gosta do perigo
O Sporting venceu finalmente na Liga, mas teve de sofrer e muito frente
ao Gil Vicente (2-1). Desta vez, Sá Pinto arriscou
tudo e mais alguma coisa, a equipa teve
intensidade e acabou ser premiada a cinco minutos do fim, num bom
cabeceamento de
Van Wolfswinkel. No entanto, fica a dúvida: que
Sporting teremos nos próximos jogos? O triste e cinzento de antes, ou o
sôfrego
e vertiginoso de hoje? A qual deles o treinador
se agarrará para segurar o leão? E se segurar a si.
QUE REVOLUÇÃO!
Assim mesmo em capitais e a negro, porque Sá
Pinto sentiu-se tão encostado às cordas que fechou os olhos e tentou o
tudo ou
nada. Viola teve entrada direta no onze, Insúa e
Rinaudo voltaram a ser opção, e Pranjic subiu uns metros para médio.
Izmailov
voltou ao miolo. A uma equipa com dificuldades
do meio-campo para a frente como era o Sporting até aqui o treinador
soltou
todo o lastro e transformou-a num 4x2x4
vertiginoso, por vezes 4x1x5 com as subidas de Izmailov, preenchendo
quase todos os
espaços da linha ofensiva. Dava ideia que Sá
Pinto só não metia mais avançados porque não cabiam no relvado (acabaria
por
meter mais tarde em desespero). Era difícil que o
jogo leonino não se tornasse confuso, sobretudo pela esquerda, onde
Viola
gosta de andar, Pranjic cruzar e Insúa chegar à
linha. Onde não havia grandes problemas era na direita, com Capel a
fletir
para o meio, e a abrir o corredor para Cédric.
Com
as equipas a jogar em tal nível de ansiedade é habitual que tudo
aconteça. E quando acontece geralmente chama-se
fado. O fado do Sporting adivinhava-se, era que algo ia acontecer
sempre,
para tornar as coisas mais difíceis. O golo do
Gil Vicente. Um balão da direita, Xandão a não conseguir aguentar a
pressão
de Luís Carlos e a fazer uma rosca e a deixar a
bola viva no adversário, que fuzilou Rui Patrício com o pé esquerdo.
O
Sporting lambeu as feridas e voltou à carga, mas
deu a sensação, algumas vezes, que um outro rival mais forte no
contra-ataque,
mais inteligente e sobretudo com outro poderio
nos metros à frente da baliza poderia ter feito ainda mais mossa no
leão, tal
a sua inclinação para a frente. Com o passar do
tempo, a pressão dos homens de Sá Pinto foi-se acentuado. Pranjic,
Capel,
Van Wolfswinkel podiam ter feito bem melhor numa
ou noutra jogada, e Viola, segundos antes de Vasco Santos mandar todos
descansar,
atirou uma bomba à trave.
A regra para o
Gil Vicente seria fazer mais, sair mais rápido, para realmente afastar
o leão da sua área e, num desequilíbrio, ferir
de morte o rival. Teve a sua oportunidade aos 69 minutos, por Luís
Carlos,
mas Rui Patrício negou-lhe o 0-2 e o bis depois
de muito esforço e uma série de ressaltos. Antes, o Sporting ameaçara
muito
Adriano. Xandão (52), Insúa (53), Rinaudo (54)
estiveram muito perto do empate.
Aos 62 minutos, Sá Pinto
colocou
mais vertigem no jogo do leão. Tirou o central
Xandão e colocou em campo mais um avançado, o peruano Carrillo, que
também
teria a sua oportunidade aos 71 minutos, num
chapéu que ficou seguro nas mãos de Adriano.
A resistência
minhota durou
75 minutos e estava escrito que a jogada teria
origem num dos recuperados por Sá Pinto. Insúa fez o que mais ninguém no
plantel
faz, chegou à linha, cruzou, apanhou Luciano
Amaral distraído e Capel nas costas. O espanhol, também alvo de algumas
críticas
este ano, empurrou para as redes, pegou na bola,
fechou o punho e mostrou-o repetidamente às bancadas. Adivinhava-se um
quarto
de hora complicado para os homens de Paulo
Alves. E foi o que aconteceu.
O golo que fez explodir o estádio
chegou
a três minutos do fim. Cruzamento de Cédric e
Van Wolfswinkel a antecipar-se a toda a gente e a cabecear para as
redes. Sá
Pinto aguentará pelo menos mais um jogo.
in Mais Futebol
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