A gente conhece a história, sabe como ela vai muito provavelmente
acabar. Já muitos tentaram mudar-lhe o enredo, muito
poucos o conseguiram. O Benfica nem procurou
escrever um guião próprio. Seguiu o do Barcelona, à espreita de uma
deixa para
poder brilhar. Não conseguiu, o Barça foi a
estrela, como sempre. 2-0 é o saldo do jogo que levou à Luz a melhor
equipa do
mundo, para a segunda jornada da fase de grupos
da Liga dos Campeões.
Desta vez o Barça nem deu de avanço, não
se
deixou sequer surpreender por um primeiro golo
do adversário, como aconteceu com o Spartak ou no sábado, com o Sevilha.
O
Benfica começou por entusiasmar o público da Luz
com avanços rápidos, Bruno César já tinha rematado duas vezes, em duas
jogadas
de contra-ataque, mas Messi atalhou a história.
Aos 6 minutos, colocou a bola direitinha à frente de Alexis Sanchéz, que
apareceu
na área para encostar.
O Benfica nem
tentou entrar no campeonato do Barça. Podia tentar maior pressão sobre a
bola
e sobre quem a tinha, podia ser mais agressivo?
Conseguiria? Nem um bocadinho? Ficamos sem saber. Portanto, a bola era
deles,
o Benfica contentou-se em tentar aproveitar o
tempo em que conseguisse apanhá-la. Numa interceção, num corte, numa
perda de
bola. Quando o conseguia, tentava uma subida em
velocidade, uma troca de bola rápida, o remate sem tempo a perder.
Tentou
várias vezes, logo aos 11m Gaitán lançou Lima,
que rematou para uma boa defesa de Valdés.
Depois,
invariavelmente,
começava tudo outra vez. O Barcelona com a bola,
o Benfica à espera. Podia não parecer assim tanto, mas os números aí
estão
para calar as ilusões. À meia hora, 71 por cento
de posse de bola para o Barcelona, contra 29 do Benfica. Que tinha
conseguido
fazer 73 passes, quando o Barça já ia para lá
dos 260. E continuava a somar. Tiki, taka, tiki, taka.
De vez em
quando,
não muitas vezes, o Barcelona também se cansa
daquilo e avança para a área. Rápido, felino. Como aos 22m, quando
Alexis encontrou
Messi ao centro e o 10 obrigou Artur a uma
grande defesa.
Os números, outra vez. A primeira parte terminou
com 6
remates à baliza para o Benfica, 3 para o Barça.
Chegou para entusiasmar a Luz, que criou um grande ambiente à volta da
equipa,
contagiada por aquela vontade do Benfica em
fazer qualquer coisa de útil com o contra-ataque.
Para a segunda
parte
Jorge Jesus fez entrar Carlos Martins e tirou
Bruno César. E o Barcelona esteve perto de entrar a somar outra vez. De
novo
Messi a desembrulhar a coisa e Alexis Sanchez a
aparecer, sobre a esquerda, e a fazer a bola passar perto do poste da
baliza
de Artur.
E depois, marcou mesmo outra vez o Barça. 56 minutos, Messi, sempre ele. Lançou Fabregas e o número 4,
sobre a esquerda, escolheu para onde rematar e bateu Artur.
O
Benfica ainda tentou responder. Logo a seguir, um
remate forte de longe de Salvio obrigou Valdés a
esticar-se. Do banco, Jesus tentou mais qualquer coisa. Entrou Aimar,
saiu
Enzo Perez. O 10 do Benfica, o veterano de hoje
que em tempos foi o ídolo de criança de Messi, não conseguiu muito mais.
É
tão grande a distância hoje, é tão grande a
distância entre equipas.
Aos 72m, para completar o elenco,
entrou quem
faltava no Barça. Iniesta, a voltar de lesão, 20
minutos para rodar antes do clássico de domingo com o Real Madrid. O
Barça
geria. E podia ter marcado mais. Aos 74m Messi
esteve perto do golo outra vez, de cabeça.
O grande contratempo
da
noite para o Barça aconteceu três minutos
depois. Puyol caiu agarrado ao braço. O capitão, que tinha acabado de
recuperar
de lesão, saiu de maca, sob aplausos na Luz e
rostos de consternação dos companheiros.
Antes do fim a coisa
ainda
ganhou alguma agressividade. Mais faltas e uma
expulsão, de Busquets. E pronto, caiu o pano na Luz. Aimar e Messi
sairam abraçados
a trocar camisolas, a Luz aplaudiu a equipa. A
noite valeu a pena.
in Mais Futebol
Sem comentários:
Enviar um comentário