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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sporting falha promessa de vitórias e é eliminado da Taça

A noite de um tal de Pablo, o matador do leão.
Absurdo, espetacular, esquizofrénico, encantador. Tanto para contar, tanto para usufruir, tanto para entender num grande jogo de futebol em Moreira de Cónegos. Caiu o Sporting no prolongamento, sobreviveu o Moreirense. Os leões continuam sem encontrar o caminho da felicidade, pese a melhoria evidenciada. 

No instante em que Anilton, aos 120 minutos, tirou em cima da linha de golo, com a cabeça, um pontapé de Adrien Silva condenado ao golo, percebeu-se que a aura negativa a envolver este Sporting já vai para além na normal compreensão humana. 

O jogo foi nobre, disputado nos limites, ritmado por contatos físicos duros e abrilhantado em momentos de grande espetáculo. Não houve uma linha de domínio lógico, nem sequer estabilidade exibicional nas duas equipas. 

Houve, isso sim, um desejo incontrolável, sôfrego, de abraçar um resultado positivo. De parte a parte. O Moreirense acabou por errar menos, foi mais inteligente em determinados períodos da partida e tudo resolveu com um golo de Wagner aos 98 minutos. O Sporting já não teve pernas para corrigir o défice. 

Destaques: Olivera, Rinaudo e Ghilas

Para aí chegarmos, porém, somos obrigados a entrar num verdadeiro mundo de desvarios e aventuras. A personagem principal chama-se Pablo Olivera e apresentou-se ao país com dois golos fenomenais, quando o Moreirense perdia por 1-0.

Pablo, Pablo Olivera, tinha 68 minutos no campeonato até entrar neste universo de maravilhas. Empatou o jogo com um pontapé furioso ao ângulo esquerdo e fez o 2-1 ao desferir um arco que tinha todo o ar de triunfo. 

O jogo, porém, não estava para confirmações de espécie alguma. As ameaças surgiam de todo o lado. As bolas esbarravam nos ferros (Ghilas e Ricardo Fernandes para o Moreirense, Pranjic para o Sporting), o sobressalto era permanente e a incógnita uma dádiva para os amantes do jogo.

O Moreirense, aliás, ainda desperdiçou uma grande penalidade. Rui Patrício voou para a esquerda e sacudiu para fora o pontapé previsível de Ricardo Pessoa. 

Mais do que tática, estratégia ou pensamento, interessava a atitude, o ardor, o sangue a ferver nas veias. Bola cá, bola lá, muitos lances de confusão extrema e, a dez minutos do fim, o Sporting a ser premiado com um golo do tão criticado Ricky van Wolfswinkel. 

FICHA DE JOGO e o AO MINUTO

Este 2-2 recompensava, em parte, a maior estabilidade emocional do Sporting. Os jogadores pareciam mais direcionados no que realmente interessava, mais equilibrados nas suas ações e com sentido de missão. 

Santiago Arias era a novidade à direita, Elias-Schaars-Rinaudo voltavam a ser o meio-campo, Jeffrén desperdiçava mais uma oportunidade. As ideias eram aparentemente certas. Revelar-se-iam, no entanto, insuficientes para deixar de lado a onda profundamente preocupante que inunda o emblema de Alvalade. 

E, depois, apareceu um senhor que não estaria, à partida, nos planos dos organizadores do certame. Me llamo Pablo, qué hago aquí? Para já, golos. Maravilhosos, num espetáculo com tanto de burlesco e excitante, como de convidativo ao elogio fúnebre. 

Ou será que Oceano resiste? 

in Mais Futebol

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