Não se cruzaram durante mais do que uma pré-temporada
no FC Porto, mas a simbólica passagem de testemunho de Quaresma
para Hulk significou uma transição entre protagonistas
que marcam, de forma indelével, os últimos anos dos
dragões. Com o Incrível a carregar a equipa às
costas para mais um título, O JOGO ouviu Ricardo Quaresma, que
se desfaz em elogios ao sucessor, também ele refém de uma
relação com as bancadas que é, muitas vezes, de
amor-ódio. "Não há jogadores iguais, muito menos
quando se tem estas características. O que digo é que o
Hulk já mostrou a sua personalidade e para mim é normal
que seja ele a resolver nestes momentos", diz o extremo do Besiktas,
que passou quatro anos na Invicta e percebe o que é ser a
referência da equipa.
"Adoro ver o Hulk jogar e admiro-o muito porque ele nunca se
esconde, corra bem ou mal", assume, revelando
identificação com o estilo do brasileiro. "Nisso ele
é como eu, tem personalidade e nunca vira as costas. Vai para
cima, assume e por isso é que é o maior", elogia
Quaresma, que se recorda bem do espanto geral quando um avançado
vindo do Brasil aterrou no balneário do FC Porto: "Cresceu muito
como jogador, mas a potência dele impressionou-nos logo. Mal o
conheci, mas o que vejo em campo é suficiente. É um
grande jogador."
Quaresma foi sempre protagonista no Dragão. Pelos momentos
inspirados, mas também pelas noites em que acabou vaiado.
"Quanto mais me assobiam, mais eu pego na bola e resolvo", chegou a
responder. Mais contido nas palavras, Hulk tem dito mais ou menos o
mesmo em campo. Depois de uma valente assobiadela contra o Paços
de Ferreira, em outubro, a verdade é que o Incrível
é indissociável da retoma portista, reassumindo de forma
destacada o protagonismo que, em determinada fase, chegou a dividir com
James. Por isso, a eleição para MVP conta com um voto de
Quaresma no brasileiro: "É a figura do campeonato. Quando foi
preciso, ele apareceu..."
in O Jogo
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