Tendo que vencer e marcar, pelo menos, um golo, o Real Madrid entrou em
campo ao ataque, tentando surpreender o Bayern de Munique, que
certamente não esperaria uma entrada tão feroz e decidida.
Aos 6 minutos, a equipa “merengue” chega ao primeiro golo, através de
uma grande penalidade convertida por Cristiano Ronaldo, a castigar uma
“alegada” falta de Alaba (corte da bola com a mão em plena grande área),
depois de um belo trabalho de Angel Di Maria. A infracção é muito
discutível, pois não se percebe se o jogador da equipa alemã escorrega e
toca com a mão na bola, ou se se atira para o relvado na tentativa de
cortar o lance e acaba por utilizar a mão. Nestes casos conta a
interpretação do árbitro, e o juiz húngaro considerou que houve intenção
de cortar o lance com a mão. Nem no lance corrido, nem nas imagens em
câmara lenta conseguimos perceber o que realmente aconteceu.Pouco
depois, e após mais uma grande pressão dos atacantes do Real Madrid, o
médio Mezut Ozil descobre Cristiano Ronaldo completamente solto e faz um
grande passe, que “rasgou” por completo toda a defensiva do Bayern.
Assim que recebeu a bola, o internacional português dispara um dos seus
pontapés indefensáveis, colocando os “merengues” em vantagem no jogo e
na eliminatória.
Só que um golo da equipa alemã mudaria todo o
cenário e foi isso que veio realmente a acontecer ao minuto 27, através
de uma grande penalidade cobrada por Arjen Robben, depois de uma falta
de Pepe sobre Mário Gomez, já perto da linha de fundo.
A partir
deste momento, com a eliminatória completamente empatada, o cariz da
partida mudou de forma radical, pois o Real Madrid sentiu o golo e
passou a jogar de forma mais lenta, mais denunciada e tendo em atenção a
sua baliza. Já o Bayern de Munique soltou-se mais, passou a atacar as
redes de Iker Casillas de forma mais certeira e só não chegou ao segundo
golo, porque o guardião “merengue” estava inspirado e defendeu tudo o
que havia para defender.
Ao intervalo, o 2-1 ajustava-se ao que se
tinha passado no primeiro tempo, mas um empate a duas bolas também
seria aceitável, contando todas as oportunidades que os alemães tiveram
ao longo dos 45 minutos.
Na segunda metade, tudo se manteve
inalterável, pois as equipas não queriam arriscar um ataque que, sendo
mal conduzido, poderia resultar num contra-ataque e no golo do
adversário, o que “selaria” de imediato a eliminatória.
Cristiano
Ronaldo, Kaká, Alaba e Mário Gomez eram os elementos mais inconformados
das duas equipas, mas nenhum deles conseguia quebrar a barreira
defensiva da formação adversária, o que lhes criou um desgaste físico
tremendo que viria a ser decisivo.
No final dos 90 minutos, o Real
Madrid estava em vantagem no jogo, mas a eliminatória estava igualada
em todos os aspectos, pelo que foi necessário recorrer a um
prolongamento de 30 minutos (duas partes de 15 minutos cada).
No
tempo-extra, os adeptos bem puxaram pelas respectivas equipas, mas
nenhuma delas conseguia superiorizar-se, dando a ideia que queriam
discutir tudo no desempate por pontapés da marca de grande penalidade.
Num
jogo cujo resultado foi feito através de dois penaltis, nada mais justo
do que decidir tudo na grande “lotaria” do futebol. Uma decisão para
muitos cruel, mas mais cruel seria obrigar os jogadores a fazerem
prolongamentos que se poderiam tornar intermináveis, ou solucionar o
problema utilizando a “moeda ao ar”.
Nos pontapés decisivos,
Cristiano Ronaldo (que tinha marcado um penalty durante o jogo) e Kaká
falharam as duas primeiras grandes penalidades (Manuel Neuer defendeu),
dando ao Bayern uma vantagem confortável, pois Alaba e Mário Gomes
converteram os dois primeiros castigos máximos.
Na terceira grande
penalidade, Xabi Alonso converteu e Lahm falhou, mas na penalidade
seguinte Sérgio Ramos não aguentou a pressão e atirou para a bancada,
colocando o Bayern muito perto da Final.
Aos bávaros faltava-lhes
apenas converter mais uma grande penalidade para marcarem presença no
jogo decisivo, e foi o que Bastian Schweinsteiger fez, lançando a festa
no banco de suplentes da equipa alemã e no “pequeno” sector das bancadas
onde estavam cerca de 4000 adeptos do clube alemão.
Assim, o Real
Madrid falha a conquista da sua 10º Liga dos Campeões, o grande
objectivo dos responsáveis “merengues” e de José Mourinho para esta
temporada, enquanto o Bayern defronta o Chelsea na Final de Munique, sem
Alaba, Luís Gustavo e Badstuber, que viram o segundo cartão amarelo na
prova e cumprem um jogo de suspensão.
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