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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Eusébio chegou há 50 anos

Pantera Negra Goleador veio para Lisboa disfarçado com nome de mulher, para despistar o Sporting. O Benfica era o destino final e aí começou uma lenda.
Faz hoje meio século aterrava em Lisboa uma tal de Rute Malosso. Pelo nome, não é possível adivinhar uma mudança drástica em Portugal, quanto mais no futebol português. Mas era apenas uma alcunha para aquele que, timidamente, veio a tornar-se no melhor jogador português de todos os tempos.



Eusébio da Silva Ferreira, nascido em Lourenço Marques, hoje Maputo, capital de Moçambique, a 25 de Janeiro de 1942, chegou, viu e venceu (praticamente) tudo com a camisola do Benfica.
O Pantera Negra assinou pelo Benfica, mas esteve a um passo de rumar ao eterno rival Sporting. Eusébio jogava na filial leonina de Lourenço Marques quando um funcionário do Benfica tratou da sua transferência para as águias. Colocou o Eusébio num avião sob um nome falso (Ruth Malosso) e avisou os leões que o jogador tinha partido para Lisboa de barco. Na capital, Eusébio era esperado por dirigentes da turma da Luz e alguns jornalistas.
Mesmo assim, os verde e brancos não desistiram e voltaram à carga, duplicando a oferta do Benfica, que acabou por pagar à mãe de Eusébio, Elisa Anissabene, 250 contos pela transferência. Os encarnados esconderam o rapaz de 18 anos numa unidade hoteleira em Lagos, Algarve, e seguraram o reforço.
Menos de uma semana passou e Eusébio regressou à capital. Já o fumo tinha dissipado. Era jogador do Benfica e foi na Luz que viveu os momentos mais marcantes de uma carreira gloriosa. Ora vejamos: 11 campeonatos, cinco Taças de Portugal e uma Taça dos Campeões Europeus, no Benfica. Já na selecção jogou 64 vezes e apontou 41 golos. Levou Portugal ao terceiro lugar no Mundial de 1966, em Inglaterra, onde foi o melhor marcador - nove golos. Foi o maior goleador de sempre das quinas, até que, recentemente, Pedro Pauleta bateu a marca do sete vezes melhor artilheiro em Portugal (Bota de Prata) e duas na Europa (Ouro).
Apesar do vasto palmarés, o King não pegou de estaca quando chegou à Luz. Os tempos eram outros e não bastava ter valor para entrar logo no "onze". Eusébio esperou cinco meses para estrear-se num particular com o Atlético, mas na época seguinte foi titular indiscutível e iniciou o caminho de glória, recordado, agora, numa exposição alusiva aos seus 50 anos de Benfica, que é hoje inaugurada.

in Jornal de Notícias Online

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