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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Rio Ave vence pela primeira vez em Alvalade (0-1)

Rio Ave vence em Alvalade pela primeira vez na história do campeonato; adeptos despedem-se desagradados com equipa.

Casa arrombada por um intruso inesperado, que entrou de mansinho e deixou tudo espalhado em Alvalade, à procura dos três pontos. O Rio Ave encontrou a vitória num assomo repentino e quem viu de fora o lar do Sporting descobriu-lhe a desarrumação em que entrou o futebol leonino, na ânsia de chegar ao golo. No regresso a casa, o leão perdeu perante um adversário que não tinha qualquer registo criminal em Alvalade e cuja estratégia não surpreendeu ninguém. O leão foi mais vítimas dos próprios problemas.

Comecemos por aí mesmo. O Sporting tem um claro problema na frente. Também teve outro atrás nesta noite, apesar de não ter havido, durante muito tempo, indícios disso. A equipa verde e branca começou o jogo com o mesmo formato de Guimarães, teve troca de bola, mas nunca foi perigosa onde tinha de o ser: na área contrária. A busca incessante pelos extremos fazia com que o Sporting aumentasse a largura do jogo. A questão, porém, residia mais na quantidade, do que na personificação, de quem chegava à zona de finalização. Cruzamento da esquerda, corte dos centrais, cruzamento da direita, corte dos centrais. Falta presença, claramente. Pelo menos, nesta noite faltou, como, talvez, terá faltado no Berço.

Ainda assim, não havia muitos sinais do que ia acontecer mais tarde, no primeiro tempo. Apesar de não ser fulgurante, o Sporting rondava a área de Oblak, que defendia o que chegava à baliza com segurança. O Rio Ave só apareceu ao minuto 33.

O primeiro sinal de perigo parou nas mãos de Rui Patrício, mas a jogada de Edimar e a leitura perfeita de Del Valle deram ao Rio Ave o primeiro golo na Liga, em Alvalade, em nove anos. Um choque tremendo para um leão paciente (demasiado) na construção.

A paixão bate no peito, o futebol começa na cabeça

Sá Pinto não perdeu tempo e mexeu para a segunda parte. Certo, tirou Elias e Adrien, colocou Labyad e André Martins. A ideia era clara e era prova do que acontecera nos 45 iniciais: alguém tinha de chegar-se mais à frente, junto a Wolfswinkel, que continua desastrado na hora de atirar à baliza.

Há dois jogadores no Sporting que não baixam ritmo. Capel e Carrillo podem, por vezes, não tomar as melhores decisões ou ter a melhor das execuções. Ninguém tem. Mas não podem ser acusados de não remar, de encarar o rival de frente. Enfim, de tentar. Labyad juntou-se a essa ideia com pontapés de longe.

Com o ouro no bolso, o Rio Ave fugiu para a vitória da maneira previsível. Fechou caminhos para meter o futbol leonino num beco. Sá Pinto mexeu de novo e lançou Viola para ir atrás do bandido. O Sporting correu, o Sporting tentou, mas sempre com o que lhe batia no peito e não com o aquilo que devia estar no pensamento, uma estratégia bem delineada para passar a muralha e bater Oblak, o derradeiro herói da noite.

A primeira vitória do Rio Ave em Alvalade, em toda a história do campeonato, apenas surpreende por terem sido os de Vila do Conde. É verdade que Sá Pinto contava por triunfos todos os jogos em casa, mas Guimarães e Dinamarca faziam prever que algo como isto podia acontecer. 

Aconteceu mesmo e o treinador do Sporting tem várias questões para abordar, agora que tem os três rivais a uma vitória de distância. É cedo, mas o relógio está a contar, como mostraram os adeptos no final, desagradados com a equipa. E quando assim é, não é apenas pelo resultado, porque, apesar de tudo, os adeptos reconhecem quando quem está em campo joga bem e apenas «não é dia».

in Mais Futebol

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