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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Champions: FC Porto 1 - 2 Atl. Madrid

Máquina da verdade tira as dúvidas: ainda falta muito a este F.C. Porto 

 O F.C. Porto foi à maquina da verdade e sai com muito que refletir. O Atlético de Madrid foi o algodão que se esperava: ajudou a tirar dúvidas, criou outras e mantém o F.C. Porto naquela corda bamba estranha que se começou a vislumbrar há tempos. Não está fácil perceber o que vale ao certo esta equipa, mas uma conclusão já dá para tirar: não está melhor do que no passado recente.

O que aconteceu esta noite no Dragão foi uma réplica perfeita do que tem sido o F.C. Porto este ano. Excelente entrada em campo, golo e, depois, um alheamento (ou incapacidade) difícil de perceber.

O F.C. Porto tem atenuantes, é certo, e esses começam logo no nome do adversário. Falamos de uma equipa que é líder de um dos melhores campeonatos do mundo. Invicta. Acabadinha de sair de uma vitória no Santiago Bernabéu. Antes deste jogo do Dragão, aliás, nunca estivera a perder.

O Atlético de Madrid, de Simeone, foi, sem dúvida, o muro mais difícil que o F.C. Porto teve de trepar esta época. Não teve mãos para isso, pese toda a boa vontade que mostrou no primeiro tempo. E quase só aí, convém reforçar.

A chave para essa primeira parte de grande qualidade esteve, acima de tudo, em Fernando. O Atlético jogava com David Villa e Léo Batistão para os dois centrais do F.C. Porto. Paulo Fonseca nem pensou em recuar Fernando. Jogando no espaço entre a linha defensiva e o miolo, o brasileiro gozou de tempo e oportunidade para criar. E já o faz bem melhor por estes dias.

A pressão começava aí. Passava por um Defour a vascular para o espaço, à esquerda ou à direita, e a libertar Danilo e Alex Sandro para subidas constantes. Chegava a Jackson, com a luta do costume. Faltou, quiçá, mais Lucho a esta equação. Noite menos positiva do argentino.
Uma metralhadora a apontar para o pé

Problemas? Existiram claro. Josué nunca disfarçou uma exibição de altos e baixos e Varela também não convenceu. Dispôs da primeira oportunidade, logo aos 9 minutos, num cabeceamento defeituoso após centro da esquerda. Ainda viria a desperdiçar outra, perto do intervalo, com Courtois a defender com o pé.

Pelo meio, o golo. Jackson Martínez foi mais rápido que Godín e, no coração da área, desviou de cabeça o livre de Josué. 15 minutos e toda a lógica: só dava F.C. Porto por aquela altura.

E o golo não mudou logo a toada. É verdade que perto do intervalo já Raul García tinha cabeceado à trave numa má saída de Helton, após canto. Não seria a única e teria custos. Mas também é certo que só na segunda parte, quando Simeone alargou o ataque com Cristian Rodríguez em vez do apagadíssimo David Villa, o Atlético conseguiu passar a dominar.

E mesmo aí deu a sensação de que a culpa foi toda do F.C. Porto. Não conseguia ter bola, vacilava nas decisões e dava ares de indecisão. Tinha um jogo para controlar e não tinha arte para o fazer. Os espanhóis perceberam e aproveitaram. E tiveram ajuda. A equipa de Paulo Fonseca descarregou uma metralhadora no próprio pé para que o empate aparecesse.

Foi incrível toda aquela sucessão de erros. Perda de bola de Josué, falta desnecessária (que até poderia valer o segundo amarelo) e saída absurda de Helton. Lembram-se? Ia custar caro e custou. Godín empatou.
Sem soluções

A igualdade no marcador trouxe à tona uma realidade que também começa a ser difícil de abafar: a equipa já pareceu ter mais soluções. Licá e Quintero não mexeram com o jogo e o F.C. Porto não voltou a ser mandão. Não voltou a assumir o controlo e voltou a sofrer de bola parada (nova falta desnecessária, agora de Mangala), num lance, diga-se, muito bem ensaiado pela equipa de Simeone. Arda Turam desferiu o golpe final a cinco minutos do fim.

Era tarde de mais. O F.C. Porto tem estofo para estas andanças? A equipa respondeu que sim e quis prová-lo. A máquina da verdade diz que não. Mas ainda não é tarde para mudar. Para já, só o primeiro lugar do grupo ficou mais complicado. 

in Mais Futebol

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