Campeão Nacional não convence em Barcelos
Em Barcelos há um especialista a caçar dragões.
A Liga 2012/13 só começou no papel para o F.C. Porto. O filme é o mesmo
visto várias vezes ao longo da época passada e
que, apesar de ter corrido bem na Supertaça, não
voltou a ter final feliz. Entrada amorfa, futebol pouco esclarecido,
dois
pontos perdidos. Onde no ano passado ficaram
três e onde há dois anos, na Taça da Liga, o F.C. Porto também não
passou. O
Gil Vicente está especialista a caçar dragões.
A
tarde era de muito calor e o F.C. Porto entrou para não suar muito.
Talvez até nem precisasse, já que o Gil Vicente,
que apareceu em campo, estranhamente, com apenas 17 jogadores na ficha
de
jogo, levou para o relvado uma missão acima de
todas as outras: defender. Na primeira parte foi assim. Na segunda não
mudou
muito. Mas ninguém soube contrariar.
Com
o Gil lá atrás, à espera de um contra-ataque milagroso, o resto cabia
ao
F.C. Porto. Tão natural como a sua sede, já
dizia o anúncio. Esperado, quase obrigatório. Mas faltou pimenta ao
ataque portista.
Havia mais F.C. Porto, mas faltava um F.C. Porto
organizado. O jogo começou assim, continuou assim e acabou assim. Perto
do
fim, houve a natural tentativa desesperada dos
bicampeões nacionais. Mas o desespero quase nunca é bom conselheiro.
Os
destaques do encontro
Lucho
Gonzalez e João Moutinho, que voltou ao onze, como se esperava, e ainda
trouxe
Hulk, tentaram colocar a casa em ordem. Fernando
era mais um espectador, mas com lugar privilegiado, até sair para
entrar
Kléber, já na segunda parte. O ataque, esse, era
o menos feliz dos sectores.
James pouco ou nada inspirado,
Jackson
ainda a aprender e Hulk para o resto. Só Hulk.
Sempre ele, como se tivesse sido chamado para matar as saudades dos
adeptos.
Correu, rematou, mostrou alguns pormenores do
costume, misturou-os com erros de início de época. Tentou, como sempre.
Ficar
à espera continua a não resultar
Entrar
mal no jogo nem é uma novidade para o F.C. Porto de Vítor Pereira. Uma
tecla tão batida na temporada passada que
continua a ser incompreensível como não gasta de vez. É verdade que a
bola esteve
quase sempre do lado azul e branco, mas também é
certo que quase nunca foram tomadas as melhores opções com ela.
O
F.C. Porto parecia esperar o que o jogo poderia
dar. Como em tantas outras ocasiões. Não sossegou os adeptos, não quis
resolver
cedo. Arriscou e foi permitindo que o Gil
respirasse, naquele estilo em bloco.
Na primeira metade
salvou-se um remate
de Lucho e outro de Hulk que Adriano, o melhor
em campo, defendeu com segurança. Na segunda, mais do mesmo. Hulk em
força,
Hulk em jeito. Adriano sempre lá. Kléber ainda
contornou o guardião, mas não teve espaço para mais. Jackson teve o golo
na
cabeça, mas não repetiu Aveiro.
FICHA DE JOGO
O
tempo passava, Paulo Alves refrescava o ataque e fazia o que parecia
impossível
até lá: cheirava o golo. Primeiro Pedro Pereira,
depois Luís Carlos. Ambos ao lado, mas não muito. O melhor que se viu
da
equipa barcelense que ainda precisa remendar
alguns setores, mas entrou já com um bom balão moral. No ano passado foi
assim
e foi o que se viu.
Para o F.C. Porto
fica o aviso: é preciso mais. Tem de haver mais. A oportunidade de
começar
a Liga na frente de Benfica e Sp. Braga ficou
para trás. Resta perceber se a capacidade de resposta que valeu um
título na
época passada continua pelos lados do Dragão.
in Mais Futebol
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