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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sporting desastroso sofre pesada derrota para a Liga Europa

De tanto procurar o desastre, ele apareceu.
O Sporting encontrou, na impronunciável cidade de Szekesfehervar, o desastre que procurava há muitas semanas. A três dias de um clássico no Dragão que pode sentenciar as ambições leoninas na Liga, sejam elas de título ou de Champions, a equipa de Sá Pinto viu expostas, de forma embaraçosa, as suas indefinições, inseguranças e falta de rumo. Nada que não se tivesse já visto a espaços, nos encontros anteriores. 

Mas a derrota por 3-0 diante do Videoton, quinto classificado da liga húngara, uma equipa que vinha de perder por igual margem na primeira jornada europeia e tinha vencido apenas um dos seus últimos seis jogos oficiais, representa um novo máximo de desnorte e falência de ideias em Alvalade. 

Dando prioridade ao jogo para a Liga, Sá Pinto apresentou um onze alternativo. Na frente, Viola fazia os possíveis por ser o ponta-de-lança que não é, com Labyad, Izmailov e Jeffrén como teóricos municiadores. E, além de Capel, Elias e Carrillo, em Lisboa, o treinador do Sporting promoveu o regresso de Boulahrouz ao eixo defensivo e poupou também Van Wolfswinkel e Cédric, adaptando Gelson a lateral direito. 

Valha a verdade, não foi pela adaptação mais óbvia, a passagem do suíço para a direita, que o desastre chegou. Ao invés, depois de dez minutos pausados, em que o Sporting procurou assentar ideias, a equipa começou a dar sinais de fragilidade nas saídas rápidas do veloz Nikolic, que aos 16 minutos conquistou o primeiro canto para a sua equipa. Foui quanto bastou para expor um crónico ponto fraco do leão, que deixou o mesmo Nikolic cabecear à vontade para defesa apertada de Patrício, e permitiu a Paulo Vinicius a recarga à vontade, na pequena área.

O golpe foi duro, e nem o espírito cooperante do guarda-redes Bozovic, numa ou duas intervenções desastradas, o atenuou. Cinco minutos depois, Nikolic voltou a sair em velocidade, aproveitou o carrinho disparatado e fora de tempo de Rinaudo para ficar com todo o espaço do mundo para desenhar um contra-ataque de compêndio. Balufgo recebeu na esquerda, tirou Pranjic do lance, e cruzou para a cabeça de Filipe Oliveira, que se antecipou a Gelson para bater Patrício.

O filme dos últimos jogos, o de um Sporting obrigado a correr contra o tempo e os seus próprios erros, parecia condenado a repetir-se, e Sá Pinto antecipou o tradicional golpe de acelerador, trocando Rinaudo por Van Wolfswinkel à meia hora. Mas se Viola saiu a ganhar com a troca, dando dinamismo ao flanco direito, a equipa perdeu ainda mais consistência a meio campo, expondo-se à desgraça. E o que podia correr mal correu pior ainda, quando, aos 36 minutos, uma oferta colossal de Boulahrouz, após um pontapé de baliza para o Videoton (!) deixou Nikolic só com Patricio pela frente. O sérvio não desperdiçou, e o 3-0 transformava a segunda parte numa simples formalidade.

Com todas as limitações que lhe tinham sido vistas na primeira jornada, o Videoton não sentiu grandes problemas em fazer o óbvio: recuou linhas, fechou-se nas imediações da área e convidou o Sporting a atacar. Sá Pinto tinha retificado o passo precipitado da primeira parte, com a troca de Labyad por Schaars ao intervalo (estranha-se o que terá ficado Jeffrén a fazer em campo) mas o cerco à baliza de Bozovic traduziu-se em muita parra e pouca uva: 13 cantos a favor, 20 remates na direção da baliza, mas poucos lances de perigo real, perante uma equipa húngara que nunca deixou de sentir-se confortável com a gorda vantagem. Oferecida, diga-se, por um Sporting, que chegou ao fim do jogo com apenas cinco faltas cometidas, tributo mais evidente à tremenda falta de intensidade de uma equipa que do primeiro ao último minuto se pôs a jeito para ser infeliz. E a isso não se pode chamar má sorte.

in Mais Futebol

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